ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
10-12-2009.
Aos
dez dias do mês de dezembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
dez horas e doze minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Beto Moesch, DJ Cassiá, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel,
João Pancinha, Maria Celeste, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Dr.
Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo,
Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão,
estiveram o Projeto de Lei do Legislativo nº 255/09, os Projetos de Lei do
Executivo nos 047/09, discutido pelos vereadores Valter Nagelstein,
Reginaldo Pujol, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Adeli Sell, e 048/09, discutido
pela vereadora Maria Celeste. Às dez horas e trinta e sete minutos, nada mais
havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a
seguir. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Sebastião Melo e
secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 2º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após aprovada pela
Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será
assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5806/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/09, que autoriza o Poder Executivo a prorrogar os
contratos temporários de excepcional interesse público de agentes comunitários
de saúde, consoante o que preceitua o inc. IX do art. 37 da Constituição
Federal e o inc II do art. 17 da Lei Orgânica do Município. Com Emendas nos 01 a 03.
PROC. Nº 5844/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 255/09, de autoria do Ver. Sebastião Melo e outros, que inclui
art. 50-E na Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema
de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências –, e alterações posteriores, criando a Gratificação
Especial e dando outras providências, e revoga o art. 46 dessa Lei e a
Resolução nº 1.819, de 30 de junho de 2004.
PROC. Nº 5857/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 048/09, que autoriza o Poder Executivo a proceder o adiantamento de
recursos financeiros, para fins de doação, pelos servidores municipais ativos e
inativos, ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Funcriança).
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está em discussão, em 2ª Sessão, os seguintes Projetos: PLE nº 047/09, PLL nº 255/09 e PLE nº 048/09.
O Ver.
Valter Nagelstein está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras; Vereador Adeli, V. Exa sabe
que, para o meu espanto, ainda, antes de entrar no assunto do PSF, eu ontem
assistia às Sessões do Congresso Nacional, a votações importantes como a
votação do Regime de Partição dos Recursos do pré-sal, e aí eu fui surpreendido
por uma história que foi relatada lá pelos Deputados Federais, ou seja, o
episódio a respeito de Honduras e da Venezuela. O Ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, esteve na Comissão de Assuntos Externos do Congresso
Nacional para explicar como é que se deu, Presidente Sebastião Melo, o episódio
da ida do Presidente Zelaya para a Embaixada do Brasil. E, pasmem, Srs.
Vereadores, o que aconteceu foi o seguinte, na fala do Ministro das Relações
Exteriores do nosso País: o Presidente Hugo Chávez deu todos os meios,
colocou...
(Aparte
antirregimental da Verª Maria Celeste.)
O SR.
VALTER NAGELSTEIN: Não, Verª Celeste, mas eu já entro no assunto do
PSF; estou simplesmente relatando, estou fazendo uma pequena introdução, com a
vênia de V. Exas, para
contar... a menos que V. Exas não queiram que eu conte, aí eu não
conto. E o Presidente Hugo Chávez pôs o Presidente Zelaya, deposto, dentro da
Embaixada Brasileira, e, ato contínuo a isso, passou uma mensagem de texto ao
Presidente Lula... isso relatado, nós deveremos duvidar, mas foi relatado pelo
Ministro Celso Amorim. O Presidente Chávez, que só pode estar fora das suas
faculdades mentais, passou uma mensagem de texto ao Presidente Lula, dizendo o
seguinte: “Zelaya está na Embaixada do Brasil. Quem manda no Brasil sou eu.”
Assinado: Hugo Chávez. Então, por trás de todas essas questões, agora nós
sabemos, de fato, o que aconteceu: há o dedo, a mão, ou, enfim, o que for do
Presidente Hugo Chávez nessa história, e, mais uma vez, o Brasil, não sei por
que, não sei de que forma, nem em que situação, se rende a esses arroubos...! E
até o Deputado que falava disse, ou o Senador, ontem, que ele é um deslumbrado
- e eu diria que é muito mais do que isso! Mas o triste é a nossa diplomacia
brasileira estar de cócoras, neste momento, aceitando este tipo de coisa, e o
Brasil sendo caudatário da política que é ditada na América Latina por esse
ditador, neoditador - não é neobolívar, é um neoditador -, que se chama Hugo
Chávez.
Pois
bem, sobre os PSFs, Ver. Adeli Sell, todos nós somos responsáveis aqui nesta
Casa, e eu tenho certeza de que V. Exa é um homem extremamente
responsável, e eu gostaria de ter a sua atenção. Infelizmente, não vou tê-la,
pois o Ver. Adeli insiste em me dar as costas quando, na verdade, me chama para
o debate; e eu estou sendo atencioso com V. Exa porque estou
respondendo ao seu chamamento.
O Sr.
Adeli Sell: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, obrigado pelo aparte, mas este é um Parlamento que tem
muitas demandas; desculpe-me, V. Exa estava respondendo, e eu estava
ouvindo uma outra questão no Plenário, mas quero dialogar com V. Exa
e quero dizer também que o discurso na tribuna, se for político, politizado, e
não for de ataques, Pauta e Liderança... eu acho que, aqui, é proibido
proibir.
O SR.
VALTER NAGELSTEIN: Bom, conforta-me ter a sua atenção. V. Exa
sabe do carinho e da admiração que eu lhe tenho.
De
fato, quando V. Exa não atenta para o que eu estou dizendo, isso me
causa algum desconforto, Ver. Adeli. Então agradeço.
Eu só
gostaria de dizer o seguinte: o Projeto que nós temos aqui, Substitutivo, da Bancada
do PT, está completamente eivado de nulidades no que diz respeito aos PSFs. Nós
não podemos, num programa - e que é, portanto, programa, e, dessa forma, não é
permanente -, criarmos uma estrutura burocrática, administrativa, funcional,
que colocará em risco, inclusive, Sr. Presidente, o próprio atendimento à Lei
de Responsabilidade Fiscal. É óbvio que nós precisamos ter uma estrutura de
PSFs que atenda à demanda da Saúde, mas nós não podemos imobilizar recursos de
um recurso que advém do Governo Federal se nós não soubermos, Ver. João
Pancinha, Ver. Beto Moesch, Ver. Marcantônio, se, no ano que vem, teremos esse
recurso ou se, daqui a três anos, nós vamos ter esse recurso. Então, o Projeto
no qual o Partido dos Trabalhadores insiste - e eu tenho certeza de que, se
fosse Governo, não insistiria - é um projeto que busca integrar da forma
estatutária, ou seja, como funcionários efetivos, através de concurso, um
número enorme de servidores para atender a um programa que, como eu disse, é
precário. Precário por quê? Porque ele não é permanente, ele pode, amanhã ou
depois, a partir de uma mudança de orientação política do Governo Federal,
simplesmente deixar de existir. E nós não podemos subsistir com a manutenção
desses recursos que impactam no caixa da Prefeitura Municipal e que podem,
volto a dizer, comprometer, inclusive, a questão da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Então,
nós concordamos que esta matéria precisa ser enfrentada; vamos votar hoje, já,
a prorrogação do contrato dos PSFs, mas acho que é um desafio para todos nós,
Vereadores, enfrentar de forma responsável. Tenho certeza de que não só a
Bancada do Partido dos Trabalhadores como da oposição, incluindo o PSOL, Ver.
Pedro Ruas, mas todos nós seremos responsáveis para buscar uma alternativa absolutamente
consequente e que possa ir ao encontro das necessidades. Tanto da necessidade de se atender a Lei de Responsabilidade
Fiscal, por um lado, quanto à necessidade maior de oferecer um serviço
preventivo de saúde às pessoas mais necessitadas da nossa Porto Alegre. Era
isso que me cabia, Sr. Presidente, e eu agradeço a atenção de Vossas
Excelências. Um bom-dia!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o Projeto que gera uma discussão, nesta manhã, é o Projeto que está
correndo pauta neste dia e nesta hora, que foi encaminhado à Câmara, no dia 08
deste mês, por conseguinte, na terça-feira, e nós já estamos aqui cumprindo o
segundo dia de Pauta, e cumprindo não só a Pauta, mas cumprindo um compromisso
nosso de enfrentar esses temas relevantes que certamente não podem deixar de
ter uma resposta nossa de forma objetiva. A proposta do Executivo no sentido de
prorrogar, em caráter excepcional, os contratos temporários que hoje vigoram,
pelo prazo de 12 meses, na excepcionalidade, tem que ser entendida,
especialmente por duas razões: porque se trata de pessoas que estão vinculadas
à atividade e que não podem, simplesmente, ser dispensadas com um
muito-obrigado da parte do Executivo e da Cidade, e, de outro, há a necessidade
da continuação do Programa, que deve, obviamente, ser considerado.
É
claro que este assunto é daqueles que eu reservo ao Dr. Thiago e ao Dr. Raul
para se manifestarem; deleguei publicamente os poderes de eles conduzirem a
negociação e a criação do clima pró-votação, da minha parte. Agora vejo o Dr.
Raul já presente no plenário e digo, Vereador, que nós estamos discutindo, em
2º Sessão de Pauta, o Projeto de Lei enviado, terça-feira, pelo Prefeito, a
respeito da prorrogação dos contratos dos Agentes Comunitários. Estou dizendo,
Vereador, que, sob o ponto de vista da excepcionalidade, me parece que a
solução proposta pelo Prefeito não só é pragmática e não só se coloca diante da
situação, como também me parece adequada na circunstância que se realiza. Ouço
V. Exa, que é a minha liderança confessada neste particular.
O Sr.
Dr. Raul: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pujol, é muito importante a sua manifestação que reforça a
iniciativa do Governo de sempre manter o trabalho do PSF, que é tão importante
para a nossa Cidade. Nós sabemos que isso carece de marco regulatório, carece
de um enfrentamento maior, mas que não pode ser feito emergencialmente; tem que
ser feito de maneira muito pensada e muito qualificada, porque nós estamos
lidando com a vida das pessoas da nossa Cidade. Queremos, realmente, fazer com
que a coletividade seja bem atendida. Esta iniciativa, agora, é justamente para
que nós possamos dar aos nossos Agentes Comunitários de Saúde uma garantia de
mais um ano e, com certeza, de muitos e muitos anos, de um processo que vai, no
próximo ano, acredito, regularizar definitivamente essa questão em relação às
suas permanências nos PSFs.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exa, que
corrobora aquilo que nós estávamos dizendo da tribuna, de que, nas
circunstâncias e na excepcionalidade, o Projeto do Prefeito é bom, na medida em
que assegura, de um lado, a garantia, a tranquilidade das pessoas que servem ao
Município e à Saúde da Cidade, e, de outro, os beneficiários desse programa que
não o verão interrompido em face da eventual quebra de sequência, ficando
obviamente a municipalidade e o contexto político da Casa, no qual nos
incluímos, comprometidos a, nessa dilatação de prazo, oferecer uma solução definitiva ao que hoje é a
transitoriedade do transitório. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, nós
temos ainda três inscrições: Verª Sofia Cavedon, Ver. Adeli Sell e Verª Maria
Celeste. Nós já temos quórum para entrarmos na Ordem do Dia; portanto quero
preservar suas inscrições, mas, se V. Exas não usarem os cinco
minutos, ajudarão para adentrarmos a Ordem do Dia.
A Verª
Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA.
MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, rapidamente eu faço um registro, agora, na discussão preliminar de
Pauta, para ajudar na agilidade dos nossos trabalhos nesta manhã, em Sessão
Extraordinária, Sr. Presidente, e não poderia me furtar a fazer comentários
sobre dois Projetos específicos. O primeiro é do Executivo, que autoriza
prorrogar os contratos temporários dos Agentes Comunitários de Saúde na nossa
Cidade. Hoje, à tarde, teremos que ter a capacidade de não apenas tomar essa
medida cautelar na prorrogação dos contratos, mas, acima de tudo, enfrentar
essa discussão, definitivamente, no Município de Porto Alegre. É insustentável
os Agentes Comunitários da nossa Cidade viverem sob tensão, sob pressão e em
péssimas condições pessoais no desempenho de uma das funções prioritárias no
Município de Porto Alegre. Ser Agente Comunitário é dar acesso às famílias à
prevenção na área da Saúde, buscando contribuir para a melhoria e a qualidade
de vida do cidadão na cidade de Porto Alegre. Parece-me que o Executivo local
tem tratado a questão dos Agentes Comunitários de uma forma desrespeitosa.
Há um
Projeto nesta Casa enviado por uma deliberação e determinação do Ministério
Público, porque, se assim não o fizesse - a intervenção do Ministério Público
-, sequer este Projeto estaria nesta Casa desde março de 2008. E a Comissão de
Saúde trabalhou exaustivamente junto ao Sindicato Médico, ao Sindicato dos
Enfermeiros, à representação dos Agentes Comunitários, que, naquele ano, sequer
tinham uma associação, mas hoje já estão organizados, já têm uma associação no
Município, e construíram - Dr. Raul, o senhor fez parte desse processo porque
integrava a Comissão de Saúde, junto com a Verª Neuza, que era a presidenta - a
possibilidade de um projeto alternativo, aprimorando o Projeto que veio do
Executivo. Nessa proposta alternativa, construiu-se um Substitutivo, que foi
colocado em pauta também para discussão, para avaliação no dia de hoje.
Eu
fico surpresa quando o Governo diz que vai pedir o adiamento da discussão deste
Projeto tão importante para os Agentes Comunitários de Porto Alegre. Nós
precisamos ter a coragem de enfrentar esta situação, este Projeto, este
problema que é tão significativo não só para os Agentes Comunitários, mas
também para as famílias que são atendidas no Município de Porto Alegre,
especialmente no aspecto da saúde. É lamentável a postura do Governo ao dizer
que vai encaminhar, sim, já no início da Sessão, o adiamento da votação do
Projeto do PSF, um Projeto que foi discutido com o Ministério Público,
construído, nesta Casa, com a Comissão de Saúde, discutido com a Procuradoria
do Município. Construiu-se um Substitutivo para sanear as questões pertinentes
aos Sindicatos, e, mesmo assim, a postura é de apenas prorrogar, mais uma vez,
a discussão e a votação deste Projeto. Portanto, concordamos em acelerar a
Pauta na prorrogação dos contratos, porque, se a intenção do Governo não é
votar o Projeto e o Programa do PSF este ano, é necessário, sim, que pelo menos
a prorrogação dos contratos dos agentes comunitários no Município esteja
garantida para o próximo período. É lamentável o descaso do Governo em relação
a essa questão. Os Agentes Comunitários da Saúde de Porto Alegre são chamados
de estagiários; sequer é reconhecida a função para a qual eles estão
habilitados, e fazem de forma efetivamente correta, exemplar para o resto do
País. É um Programa extremamente importante.
Por
fim, eu quero fazer uma referência também a outro Projeto que corre pauta e que
diz respeito ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
Funcriança, estimulando a participação dos funcionários não só do Executivo
como da Câmara Municipal também, para que possam estar contribuindo e deduzindo
essa contribuição do Imposto de Renda. Essa é uma iniciativa importante, e a
Bancada do PT deu acordo para a votação em tempo recorde nesta questão, porque
sabemos que este recurso do Funcriança é determinado para as creches
comunitárias, para os atendimentos socioeducativos, para o trabalho educativo
da Cidade, para aquelas entidades que estão, lá na ponta, desempenhando o
trabalho que o Governo deveria fazer. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA.
SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero aqui deixar
muito claro que isso é mais uma violência contra o conjunto dos Agentes
Comunitários de Saúde, pois a única alternativa apresentada pelo Governo
Municipal é a de prorrogar os contratos temporários. É disso que se trata neste
momento, Ver. Brasinha.
Há
dois anos, mães e pais, chefes de família que trabalham há seis, sete, oito ou
10 anos como Agentes Comunitários de Saúde da Prefeitura, que trabalhavam, até
o Governo da Administração Popular, com carteira assinada, recebendo
vale-transporte, contando tempo de serviço, passaram, com o Governo Fogaça, a
ser chamados de estagiários, porque é assim que está escrito no demonstrativo
deles - está escrito assim, Ver. Brasinha -, e, há dois anos, eles estão com
contratos temporários nessa condição.
Isso é
um acinte ao trabalhador, é uma retirada de direitos dos trabalhadores, é uma
fragilização do Programa Atenção Básica, em Saúde, e o Projeto de Lei que
deveria resolver em definitivo, que é objeto de compromisso da Prefeitura com
três Ministérios Públicos, fica amargando aqui na Casa, nas gavetas dos
Vereadores da Base do Governo, por ordem do Governo, porque o Governo não quer
resolver, porque o Governo está poupando dinheiro nessa condição frágil onde
estão os Agentes Comunitários de Saúde; está poupando recursos financeiros.
Nós
fizemos emendas; o Ver. Aldacir Oliboni fez Emendas que estamos subscrevendo,
e, se tivermos que votar esta prorrogação por absoluta irresponsabilidade do
Governo Municipal - porque eu espero que, antes, nós votemos o Projeto de Lei,
que é o que está previsto para hoje à tarde, porque esta prorrogação precisa de
Comissões Conjuntas, e nós vamos prorrogar depois -, mas, se nós tivermos de
prorrogar, vai ser por voto contrário do Governo Fogaça na regulamentação dos
Agentes Comunitários de Saúde.
E,
olhem, o Ver. Oliboni apresentou Emendas pertinentes que, se tivermos de
prorrogar, votaremos com ele, para que pelo menos se troque o nome no
demonstrativo salarial e se coloque Agente Comunitário de Saúde, e não
estagiário da Prefeitura, porque eles se apresentam para fazer crédito, Ver. DJ
Cassiá, com um demonstrativo dizendo que são estagiários - uma senhora de
cinquenta anos, um senhor de quarenta anos, pessoas que trabalham toda a vida,
que tinham carteira assinada e viraram estagiários! É uma Emenda simples.
E a
outra Emenda é para que se volte a pagar vale-refeição, porque eles também o
perderam em função dessa precarização que o Prefeito Fogaça provocou e que,
mais uma vez, quer prorrogar.
E há
uma terceira Emenda, que condiciona o término dessa contratação temporária ao
novo Projeto de Lei, à nova condição, sejam celetistas, sejam estatutários, que
é o que nós vamos discutir no Projeto que vem para cá.
Então,
eu chamo a atenção do conjunto dos Vereadores: há dois anos que nós estamos
aguardando, o conjunto dos trabalhadores do PSF está aguardando a aprovação do
Projeto de Lei que regulamenta a estratégia de Saúde da Família. E espero que o Governo tenha aprendido a lição,
apesar de ainda não ter respondido pelo desvio, pela sua aventura com a Sollus
no PSF, que custou, pelo menos por enquanto, aos cofres públicos, 5 milhões de
reais, desviados, pelos quais ainda não há responsável; ainda não tem quem
esteja respondendo por isso, nem tem caminho para recuperar, mas nós vamos
insistir, porque queremos recuperar. Espero que o Governo tenha aprendido com
isso e que resolva, de uma vez, votar e regulamentar o PSF.
Então,
esta é a nossa posição: temporariamente, de novo, é uma violência contra os
Agentes Comunitários de Saúde. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
ADELI SELL: Ver. Sebastião; colegas Vereadores e Vereadoras,
nós queremos colaborar com Porto Alegre, independentemente de quem seja
Governo, mas o Governo tem de colaborar. Principalmente sobre a área da Saúde, Ver.
Dr. Raul, o Governo tem de nos responder algumas perguntas. Por exemplo, como é
que nós vamos poder votar este Projeto, Verª Maria Celeste, se nós estamos
vendo que tem uma delegação do Denasus aqui para verificar onde foram parar 25
milhões de reais, sem explicação, da Saúde? Então, nós queremos saber.
Como
eu disse ontem, eu vou voltar a perguntar, porque, afinal de contas, perguntar
não ofende. E, como diz o Vereador Líder da Bancada do PTB, responder também
não ofende. Eu espero a resposta do Governo, nada vai me ofender. Agora, eu sou
um Vereador que fiscaliza a coisa pública.
Nós
perguntamos aqui, nesta semana, por que o Portanova Leal tinha sido trazido da
Corsan para dentro do DMAE para pilotar um projeto importante, quando temos
técnicos importantíssimos na Prefeitura, de alto calibre.
A
gente não entende. Tem tanta gente boa na Saúde, e foram logo pegar o Dr.
Vallandro, que se enrolou nas próteses do Hospital Cristo Redentor; o Brocker,
que foi demitido da Pontifícia Universidade Católica. Mas é uma predileção,
parece que é o prato predileto do Governo trazer gente enrolada para dentro da
Administração.
Então,
por isso é que fico me perguntando: vamos votar hoje um Projeto desta
magnitude, Ver. João Dib, sem ter essas respostas? Afinal de contas, se
perguntar não ofende, se o Líder do Governo responder, eu não vou me ofender.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Cumprida rigorosamente a
Pauta da nossa 40ª Sessão Extraordinária, encerro a presente Sessão e convoco
os Vereadores para a 41ª Sessão Extraordinária.
(Encerra-se
a Sessão às 10h37min.)
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